

A psicoterapia online tem se tornado uma opção acessível e prática, permitindo que muitas pessoas tenham suporte emocional à distância. No entanto, nem todos os casos podem ser atendidos virtualmente, pois algumas condições exigem acompanhamento presencial.
Situações de crise, transtornos graves e avaliações psicológicas específicas são exemplos de atendimentos que precisam de um contato mais próximo entre psicólogo e paciente. Isso garante maior segurança e efetividade no processo terapêutico.
Neste artigo, você entenderá quais são as restrições para o atendimento online na psicologia, os critérios que determinam a necessidade do presencial e como agir diante desses casos.
O atendimento psicológico online tem ganhado espaço como uma alternativa viável para ampliar o acesso à terapia. No entanto, a prática não é completamente livre de regras, pois existem diretrizes claras que regulamentam quais casos podem ou não ser atendidos virtualmente.
No Brasil, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) regula a prática do atendimento online por meio de resoluções específicas. O objetivo é garantir a segurança do paciente e a qualidade da intervenção psicológica.
Apesar da flexibilidade trazida pela regulamentação, o atendimento online não é indicado para todos os casos. O CFP exige que os psicólogos façam uma avaliação criteriosa antes de aceitar um paciente na modalidade remota, levando em conta aspectos como a gravidade do quadro clínico e a capacidade do paciente de se engajar na terapia à distância.
Outro ponto importante é que a confidencialidade e a segurança dos dados do paciente devem ser preservadas. Isso significa que o psicólogo precisa utilizar plataformas seguras para realizar as sessões, garantindo que as informações trocadas não sejam expostas ou acessadas indevidamente.
✔ O que a regulamentação estabelece sobre o atendimento online?
Agora que você já conhece as regras que regulamentam a prática da psicoterapia online, vamos explorar quais são os casos em que o psicólogo não pode atender virtualmente e por que a presença física do profissional é essencial nesses contextos.
Embora a terapia online seja uma ferramenta poderosa, existem situações em que o atendimento presencial é indispensável para garantir a segurança e a eficácia do tratamento.
O psicólogo tem a responsabilidade ética de identificar quando um paciente precisa ser encaminhado para o atendimento presencial. Essa decisão não deve ser tomada apenas com base na preferência do profissional ou do cliente, mas sim na necessidade clínica e no risco envolvido.
A seguir, veremos quais são os principais casos em que o atendimento online não é recomendado e por que essas situações exigem um suporte mais próximo.
O atendimento online não é indicado para pacientes que estão em crise aguda e apresentam risco imediato para si mesmos ou para outras pessoas. Em situações como tentativas de suicídio, automutilação intensa ou episódios de descontrole emocional extremo, a terapia remota pode não oferecer o suporte necessário para evitar uma tragédia.
✔ Situações que exigem atendimento presencial:
Em casos como esses, o atendimento presencial permite que o profissional ofereça suporte imediato e, se necessário, encaminhe o paciente para internação psiquiátrica ou acompanhamento médico.
No atendimento online, o psicólogo pode não ter os recursos necessários para agir rapidamente diante de uma crise.
Pacientes com transtornos psiquiátricos graves, especialmente aqueles que afetam a capacidade de comunicação e percepção da realidade, podem não se beneficiar do atendimento remoto. Isso ocorre porque, nesses casos, a presença física do psicólogo pode ser crucial para avaliar sintomas e intervir adequadamente.
✔ Transtornos psiquiátricos que exigem atendimento presencial:
Nesses casos, o atendimento presencial permite que o psicólogo observe sinais sutis, como expressões faciais, postura e nível de alerta, que podem ser perdidos no formato online. Além disso, a interação presencial facilita a construção do vínculo terapêutico, essencial para esses pacientes.
A terapia online exige que o paciente tenha um ambiente adequado para participar das sessões, com privacidade e segurança. No entanto, em algumas situações, isso pode não ser possível, tornando o atendimento remoto inviável.
✔ Quando a falta de privacidade impede o atendimento online:
Se não há condições para garantir um espaço seguro e privado para a terapia, o profissional deve recomendar o atendimento presencial ou buscar alternativas para proteger o paciente.
Algumas situações exigem testes e avaliações que só podem ser realizados presencialmente, pois necessitam de observação detalhada e aplicação de instrumentos específicos que não são confiáveis no formato remoto.
✔ Exemplos de avaliações que precisam ser presenciais:
Nesses casos, a presença do psicólogo garante maior precisão nos resultados e evita interpretações erradas.
Identificar que um paciente precisa de atendimento presencial é um passo fundamental para garantir a segurança e a eficácia da terapia. No entanto, essa transição precisa ser feita de maneira cuidadosa, ética e respeitosa, evitando que o paciente se sinta abandonado ou rejeitado.
Quando o psicólogo percebe que a terapia online não é suficiente para atender às necessidades do paciente, ele deve conduzir essa mudança de forma profissional e acolhedora. Isso pode envolver encaminhamentos, orientações sobre a importância do tratamento presencial e até mesmo parcerias com outros profissionais.
Antes de sugerir a transição para o atendimento presencial, o psicólogo deve avaliar cuidadosamente o caso do paciente. Algumas perguntas podem ajudar nesse processo:
✔ Critérios para avaliar se o atendimento presencial é necessário:
Se uma ou mais dessas respostas forem sim, o psicólogo deve considerar seriamente a necessidade do atendimento presencial.
Muitas vezes, o paciente pode não entender imediatamente por que precisa ser encaminhado para a terapia presencial. É fundamental que o psicólogo explique a decisão de forma clara e empática, destacando que o objetivo é proporcionar um tratamento mais adequado às suas necessidades.
✔ Dicas para comunicar essa decisão ao paciente:
Muitos pacientes podem sentir medo ou resistência à mudança. Por isso, o psicólogo deve reforçar que essa transição faz parte do cuidado e que a terapia continuará de forma ainda mais eficiente.
Em alguns casos, o psicólogo pode precisar encaminhar o paciente para outro profissional que atenda presencialmente. Esse encaminhamento deve ser feito com responsabilidade e sempre respeitando o Código de Ética da Psicologia.
✔ Como fazer um encaminhamento adequado:
Caso o paciente não tenha condições de buscar um atendimento particular, o psicólogo pode ajudá-lo a encontrar serviços gratuitos ou públicos disponíveis na região.
Para psicólogos que atendem online, ter uma rede de apoio profissional pode ser essencial para lidar com casos que precisam de suporte presencial. Isso inclui parcerias com psiquiatras, assistentes sociais, hospitais e clínicas especializadas.
✔ Como estruturar uma rede de apoio eficiente:
Esse suporte pode fazer toda a diferença em casos onde o paciente precisa de acompanhamento mais próximo e contínuo.
A psicoterapia online trouxe mais acessibilidade para quem busca suporte psicológico, mas nem todos os casos podem ser atendidos à distância. Existem situações que exigem um acompanhamento presencial, seja por questões de segurança, eficácia do tratamento ou necessidade de avaliações mais detalhadas.
Se você é psicólogo e atua no formato online, já passou por alguma situação em que precisou encaminhar um paciente para o atendimento presencial? Compartilhe sua experiência nos comentários e contribua para fortalecer a prática ética e responsável da psicoterapia!
Sim. Com a Resolução CFP Nº 9/2024, não é mais necessário se cadastrar no Cadastro e-Psi para prestar serviços psicológicos online. No entanto, o profissional deve seguir as diretrizes éticas do CFP e garantir que o atendimento seja realizado com qualidade, sigilo e segurança para o paciente.
Se o psicólogo identificar que o atendimento remoto não é suficiente ou adequado para o caso, ele deve comunicar isso de forma clara ao paciente. A recusa ao atendimento presencial pode ser um desafio, mas é essencial reforçar a necessidade desse acompanhamento para garantir o bem-estar do paciente. Se necessário, o profissional pode envolver familiares ou redes de apoio para auxiliar nesse processo.
Não há uma idade mínima fixa, mas o atendimento infantil e adolescente online deve contar com o consentimento dos responsáveis legais. Além disso, o psicólogo deve avaliar se a criança ou adolescente tem maturidade suficiente para participar da terapia remotamente e se há um ambiente adequado para as sessões.
Depende do caso. Pacientes com transtornos psiquiátricos severos, como esquizofrenia em surto ou transtorno bipolar em episódio maníaco intenso, geralmente precisam de acompanhamento presencial. O atendimento online pode ser um complemento, mas não deve substituir a assistência presencial em casos graves.
Sim, mas o profissional deve verificar a legislação do país onde o paciente está. Alguns países exigem que o psicólogo tenha registro local para atuar, enquanto outros permitem que ele preste o serviço remotamente. É fundamental se informar sobre as regulamentações para evitar problemas legais.
Não. O Conselho Federal de Psicologia determina que o atendimento online deve ser realizado por videochamada, garantindo uma interação mais eficaz entre psicólogo e paciente. Mensagens escritas podem ser usadas como complemento, mas não substituem a comunicação verbal e não verbal essencial na psicoterapia.
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